Quando me disseste que ias partir fiquei assustada e pensei que isso realmente podia acontecer.
Só que não estava preparada para isso.
Seres uma ausência era uma realidade difícil de aceitar.
Imaginar-te longe era algo de muito estranho para acontecer.
Tu que estavas sempre presente com esse sorriso de inocência.
Com esses olhos brilhantes de alegria que passeavas pela janela da vida.
Gostava de ti quando os nossós dedos se cruzavam nos passeios pela estrada de regresso ao nosso lugar ao fim da tarde.
Mas aconteceu...
Tu partiste...
E eu ?que fiz eu de mim ?
Envelheci e deixei tudo ir embora sem me importar.
Quando voltaste ,tinha eu partido para bem longe.
Estava só e queria encontrar alguém.
Passei pelo nosso lugar e estava substituído pelo nada.
Não conseguiu resistir ao tempo...
Aí percebi que se algo nosso tinha-se desvanecido,não havia razão para existir o nós.
Agora aceito a tua partida, a tua ausência.
Lembrar-te é apenas um exercício de memória muito duro.
Fingir que está tudo bem é um pouco irónico.
Adeus até sempre meu amor.
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